Crianças que fazem tarefas domésticas tendem a ser mais proativas socialmente, obterem mais satisfação social e uma melhor visão sobre sua autoestima. Além disso, crianças que ajudam em casa tendem a serem mais calmas e obterem melhor desempenho em matemática. Quando adultos, tendem a ter melhor saúde mental e obtém mais sucesso em suas vidas pessoais e profissionais.
Por outro lado, o excesso de atividades (tanto domésticas quanto escolares), leva a sintomas de depressão e está ligado a casos de bullying.
Quem diz isso não sou eu, mas é o que apontam diversos estudos feitos sobre o tema envolvendo crianças e atividades domésticas.
—– Dicas e Brincadeiras para ensinar as crianças a lavar roupa ——
Um estudo da Associação Pediátrica de Desenvolvimento Comportamental (2019) apontou que a frequência de tarefas domésticas em crianças desde o jardim da infância está associada positivamente à percepção social, ao desenvolvimento escolar e à satisfação quando elas atingirem à vida adulta, independentemente de gênero, família, renda ou estrutura. Ao comparar crianças que realizaram afazeres domésticos na infância a crianças que raramente o fizeram, as primeiras tiveram melhores desempenhos em comportamento pró-social, habilidades acadêmicas, relacionamentos e índices de satisfação pessoal. Além disso, ajudar em casa mostrou-se estar associado a um bom desempenho em matemática em alunos de Third Grade (relativo ao ensino médio).
Outro estudo publicado pela Revista de Saúde Pública do Japão em 2016 mostrou que, além de criar uma oportunidade de comunicação entre pais e filhos, as tarefas domésticas influenciam em bons hábitos alimentares e na saúde. Ao analisar o comportamento de 1719 crianças, a pesquisa concluiu que crianças que não auxiliam em casa estavam menos propensas a comer legumes e vegetais, mais propensas a rejeitar alimentos, pular o café da manhã e fazer mais lanchinhos durante o dia. Elas também se exercitavam menos, ficavam mais tempo na TV e tinham pior qualidade de sono. Por fim, a pesquisa inferiu que crianças que não auxiliavam em casa tinham menos satisfação pessoal, eram menos calmas e tinham piores índices de autoafirmação.
Para finalizar, a Universidade de Minessota, publicou em 2002 uma pesquisa extensa sobre o assunto. Marty Rossman, professor emérito de educação familiar, realizou uma pesquisa que apontou que envolver as crianças nas tarefas domésticas tem um impacto positivo em suas vidas. Ao realizar pequenas tarefas domésticas, as crianças desenvolvem senso de responsabilidade, competência, autoestima, autoconfiança que perdurarão com o indivíduo para o resto de sua vida. Tal pesquisa foi longa o suficiente para avaliar o desenvolvimento de crianças de 3, 4 anos até seus 20 e poucos anos de idade. Com base nos dados, Marty Rossman pode inferir que crianças que desde cedo ajudam à família nas tarefas domésticas se envolvem mais com os estudos, relataram melhor saúde mental na vida adulta e menos propensão ao uso de álcool ou drogas. Tudo porque o envolvimento entre os membros da família e o senso de responsabilidade acabam por desenvolver diversos aspectos cognitivos e emocionais que vão auxiliá-lo durante toda a vida.
Assim, quando a falta de paciência lhe abater, achando que dá muito trabalho ensinar as crianças a realizar afazeres domésticos, lembre-se que diversos estudos mostram que ajudar faz bem às crianças. Lembre-se que não é só sobre lavar a louça ou varrer a casa; Ajudar em casa desenvolve responsabilidade, empatia, autoestima, segurança e autonomia. E não há melhor lugar do mundo para se aprender essas coisas do que com a própria família.
[…] canetinha, tinta, carvão, terra, café, casca de frutas, suco, gelo… Deixa fluir! Se sujar, ensine a limpar e organizar. Faz parte do processo […]