Há muito mais possibilidades de seu filho ir para escola além do carro e do transporte escolar
As aulas voltaram e com elas voltam também as idas e vindas para a escola, o inglês, o judô o ballet, a natação. É quando a gente entra na primeira cabine telefônica, veste a calcinha por cima da legging, dá uma rodadinha e… Mãetorista ativar!
Não bastam os mil papéis que desempenhamos num dia, ainda temos esse que consome alguns bons minutos de nosso dia. Pois na maioria das cidades o trânsito é um agente que atrapalha bastante a rotina das famílias.
A maneira como a criança vai e volta da escola reflete bastante a dinâmica familiar, e deve ser um tempo aproveitado para estreitar laços, conversar sobre como foi o dia e saber mais sobre a vida que os filhos têm longe da família.
Estamos aqui falando de quem tem carro e o utiliza para levar os filhos à escola, mas sabemos que há muitas outras formas de se levar as crianças para a escola ao redor do mundo. O projeto Journeys to School retrata como as crianças fazem esse trajeto ao redor do mundo: seja de carro, a pé, no lombo de um jumento, atravessando tanques de guerra, de jangada… Crianças que logo cedo precisam fazer um esforço tremendo para poder exercer seu direito de estudar.
Mas voltemos à realidade dos brasileiros que moram nos centros urbanos. Escolher a maneira como a criança vai à escola não é tarefa fácil. É preciso considerar distância, investimento financeiro, idade e nível de atenção da criança, disponibilidade da família. A ONG Mobilize tem um guia sobre transporte escolar bem completo que explica cada uma das possibilidades. E a Criança Segura tem dicas muito importantes sobre o tema e ainda revela dados assustadores: metade das mortes de crianças entre 5 e 14 anos se deve a acidentes de trânsito, como batidas e atropelamentos.
Distribuição das mortes em decorrência de acidentes por causa e por faixa etária
Para lidar com o dilema do leva e traz para a escola, uma saída é contar com o transporte escolar: algumas escolas públicas possuem um sistema para os alunos, e quem estuda em escola particular precisa desembolsar mais uma grana para o tio da van levar e buscar todos os dias. A dinâmica é simples: sempre que faltar, avisa o tio que não vai e pronto. O trânsito fica por conta da van. As crianças se divertem no trajeto. Mas para quem precisa pagar, geralmente, é um investimento salgado.
Os meios de transporte menos convencionais também podem entrar na lista, como bicicleta, patins, skate, patinete. Exige todo um cuidado com a segurança, mas é uma maneira saudável e divertida de de fazer o caminho de ida e volta da escola. Talvez não seja viável fazer o caminho todos os dias assim, mas é uma maneira incrível de surpreender seu filho e criar bons momentos juntos.
Na melhoria da mobilidade pequenas ações podem ter um grande impacto para o coletivo.
Luciano Driemeier, gerente da Ford América do Sul
Falando em maneiras mais saudáveis, tanto do ponto de vista de nosso corpo como do meio ambiente, andar a pé é uma solução para quem mora perto da escola. O trajeto a pé tem todas as vantagens, exceto nos dias de chuva. Sem contar que algumas escolas podem organizar um sistema de carona a pé. Pais que se revezam andando a pé com as crianças da vizinhança até chegar na escola. Uma inciativa superbacana e sustentável.
Falando em carona, existe ainda o sistema de carona solidária, em que rola um rodízio de pais se dividindo para levar e buscar as crianças da vizinhança ou do condomínio. Tudo começa com uma lista de interessados que pode ser iniciada numa reunião da escola, depois os pais podem ir se organizado num grupo do whats, tendo sempre o maior cuidado no embarque e desembarque e durante o trajeto. Luciano Driemeier, gerente de Estratégia de Produto da Ford América do Sul e integrante do Comitê de Mobilidade da empresa, incentiva esse comportamento solidário. “Ele é benéfico para a sociedade e para o indivíduo, além de poder ser colocado em prática facilmente. Na melhoria da mobilidade pequenas ações podem ter um grande impacto para o coletivo”.
Utilizar o transporte público é uma alternativa também. Ensinar a criança a se locomover pela cidade é uma oportunidade de aprendizado sobre o mundo. Mas a qualidade da linha pública de transportes no nosso país é um tanto questionável: veículos em más condições, atrasos e lotação.
Eu optei pelo carro e esporadicamente a pé. Mas estou pensando em reunir algumas mães para praticar a carona solidária. Acho que seria uma maneira bacana de ganhar tempo, ser útil e promover pequenas mudanças pelo meio ambiente.
E vocês que acessam o blog, como levam os filhos à escola? Conte sua experiência nos comentários.
Ilda diz
Minhas filhas estudam de manhã. O trajeto de ida e volta é feito a pé, salvo quando chove que as levo de carro. Na ida vão com o pai que trabalha próximo ao bairro da escola, e ele vai de bike. A mais nova sai um pouco mais cedo e eu a busco no meu horário de almoço e a mais velha já vem com as colegas. Uma das vantagens de cidade pequena.
Wiviane diz
Minha filha tem 1 ano e meio e vai de van escolar para a creche. Queria muito poder levá-la e buscá-la eu mesma, mas tenho medo de dirigir.